20140310

UM CONTO NêLLA

a sua boca regente entre tímpanos e surdos
ostenta ritmica melodia leve
meu pensamentos para dentro dela
onde há sua língua o que é
e não há como não delirar pensando o que fazer com ela
portanto essa parte releve
olhe somente o que for breve
não se começa uma peça olhando o fim
não sei se é vesguice ou charme ou lêrdesa 
pode até ser influência étnica japonesa
minha confusão é muda
mas não muda sua ilha
nem sua piscina azul
nem  sua língua 
pois não sei se é beleza
nem menos se põe mesa
mas até calada
penso a minha agarrada nela
tão enroscadas quanto molhadas
nem de pé nem de ouvido
de fones
haja o o que houver
milhares de bocas em gritos ou caladas
é música para dois
sem complexidade diminuta ou dissonante
o bom e velho in - out - feijão com arroz
é documento idôneo de fácil comprovação
nunca te dei um beijo de graça
nem nunca cobrei um milhão
mas sou sua canção interminada
que dorme esperando sua boca abrir
para que possa ser cantada

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