como um R francês
que nunca anda sozinho
quem me dera você
ao meu lado
duas caminhadas um caminho
Oficina de Poemas
Pagina dedicada a publicação de Poemas, cartas, cronicas e ensaios, fotos, músicas, vídeos... de autoria de Daniel Batata. Postem comentarios de qualquer natureza são muito bem vindos.
20180807
20170531
Cruz Das Almas
A água morna dentro do pote
não pode parar o esfriamento
como não se pode impedir na parede
que algum dia seque o cimento
ao redor da cruz
um século de almas mortas
não pode impedir que a vida acabe
e comece novamente
e acabe novamente
ao amor não se pode impedir que seja infinito
como não se impede que mude sempre de mote
20170112
Poema do Estado Sólido para o Liquido
sumiram com todo o concreto da minha poesia
que de repente virou água
de repente evaporava
de repente chovia
que de repente virou água
de repente evaporava
de repente chovia
20161222
Instantâneo
luzes derretendo
branca como a espuma do mar
branco como a imensidão de tudo
um sonho
esperança em pó
uma realidade
o nada
sombrio e escuro infinito
branco como a imensidão de tudo
um sonho
esperança em pó
uma realidade
o nada
sombrio e escuro infinito
20161003
Patativa e o vento
nada de novo pintou na dor
que o quadro cinza tem
só um retrato, surrado
do dia anterior
20160829
Ler
uma cigana leu na minha mão
que as letras analfabetas
no afeganistão
torá, mahabharata, bíblia ou corão
não contam quantas vezes a mão
eu passei na minha pica
nem que os amores passam
mas há sempre um que fica
Maçã do amor
infâncias de puxar carroça
fabricar calçado e telefone
a menor idade da china tem nome
fica proibido o suicídio
não se morre sem motivo
aqui
escravo bom escravo vivo
baixe o hino da internacional
digite até passar mal
o quanto é contra
cada um caga o que come
e a partir de agora
a foto de um escravo pra cada i phone
20160824
Causado
não desejo falar com o próprio
muito menos com quem fale em seu nome
morrer é coisa para dublê
e viver é feminino
não quero ir ao céu
estou liso no momento
o inferno é de graça
não tem cabimento
mas fogo que no ceará eu asso de vez
esta valsa é para você que ri
posso citar schopenhauer
ou falcão
posso dizer que disseram
posso dizer que vi
independente de uma vida
um amor dura três meses
não existe o certo nem o único
já o vi diversas vezes
morrer é coisa para dublê
e viver é feminino
não quero ir ao céu
estou liso no momento
o inferno é de graça
não tem cabimento
mas fogo que no ceará eu asso de vez
esta valsa é para você que ri
posso citar schopenhauer
ou falcão
posso dizer que disseram
posso dizer que vi
independente de uma vida
um amor dura três meses
não existe o certo nem o único
já o vi diversas vezes
Baiana
a grama coberta de tudo
degradê do verde ao açaí
cais que puxa o mar para o sertão
porto seguro
só não esqueça baiana
amar a todos
lembrar de mim com tudo
20160628
20160518
T®ês Meninas do Brasil
enquanto mariana vive na lama
a juliana não quer sambar
Ciça arrebenta o decoro
depois da tempestade
vem a sapucaia
20150728
Quando eu Morrer
a Alvares de Azevedo e sua Lira dos vinte anos
quando eu morrer que não seja de morte séria
que minhas tripas estejam guardadas
que não seja de morte matada
que não seja lucro miséria
que não seja lucro miséria
20150724
Ato 1
entre balões dourados
se esquiva a pipa
entre babados
do rio só ficaram as pedras
que o sol queimou
atuou o reator
interpretando
um cogumelo de fumaça
balões
pipas
babados
rio
pedras
estilhaços
20150710
Ave Maria dos Pivetes
se sua senhora ou seu deus
querem matar o pivete
pense-se apertando o gatilho
ou rasgando seu pescoço com um canivete
escrever a palavra matar
não matar
é fácil
o difícil é
apertar o botão
e ver o pivete fritar
20150304
20141231
20141128
Des Apontamento
perdão se não percebi as pedras flutuarem ser fora da lei
atmosfera
o papagaio é um condutor de eletricidade
eu deveria esperar pela gravidade
comigo não há pausa
minhas maçãs largadas na sarjeta
mas você não inventou o efeito
apenas inventou a causa
20141030
Bia a limpadora do universo
passava a mão e apanhava todos o caroços de arroz espalhados pelo céu
mas isso não doía nem um pouco
ficava só a farinha azul céuzinho
bia
podia
fazer quase tudo com as mãos
mas o que ela mais gostava de fazer era limpar o universo
não tinha sujeira
era um limpar de arrumação
para passar o tempo ela pegava na minha mão
e por osmose naquele momento as minhas também podiam fazer de tudo
20141022
Inconformidade com o novo padrão. Desconformidade com o padrão velho
Eu não me represento por escravo médio
menos ainda escravo raso
não almejo ser comandante
menos ainda comandado
me representa um todo
nem acima nem a abaixo
todo
menos ainda comandado
me representa um todo
nem acima nem a abaixo
todo
lado a lado
20141014
Dia dezenove e meio
em horas que acordar é morrer
dias que não dormir é estar morta
sapos em liquidificação de cor torta
bonecos de vento em lojas a perecer
sapos em liquidificação de cor torta
bonecos de vento em lojas a perecer
quando bom dia é vá se fuder
melhor os ratos ficarem na toca
melhor o peixe entregar-se a pororoca
e esperar aflita noites de escurecer
melhor os ratos ficarem na toca
melhor o peixe entregar-se a pororoca
e esperar aflita noites de escurecer
hoje amanhã e depois
catêtos não levantam quadrados
nenhum dos gatos é pardo
catêtos não levantam quadrados
nenhum dos gatos é pardo
o tempo está vermelho
e o céu conrinua azul
"a vida as vezes é
uma calcinha enfiada no cú"
e o céu conrinua azul
"a vida as vezes é
uma calcinha enfiada no cú"
20140925
Amor de Dentro
tô fora de religião
seja ou não cult
roma, áfrica, índia ou japão
pouco me importa um pajé
uma entidade ou papa
um monge, santo ou seu pai
tô fora de amém, namastê ou axé
20140908
A vida saudável
leões comedores de plantas
todas as criaturas vivas
foram feitas
alimentadas ou alimentos
seja vivo ou seja morto
a vida o seu sustento
20140906
Não é só Charles
na literatura que embriagês é linda
fingida de real
marginal
escrevo com cabeça tronco e membros
sou uma praga
somente com venenos atirados ao coração pode ser controlada
e ao me encontrar em tais circunstâncias
ou me abraça
ou fica calada
e se assim for
ao avistar-me ao longe
mude a calçada
20140903
O tempo e o vento
a metáfora é o caminho
comunicação entre
o incerto e o improvável
cigarros cantando para o vento
e o rio salgado de agua doce
dançando para o tempo
20140827
Nem vencido e sem psicologia
não creio em
loteria
esoterismo
psiquiatria
o meu banco está na praça
meu signo nas esquinas
minha loucura a despreocupação
não creio em
sorte
beleza interior
magia
minha sorte é minha loucura
minha beleza interior é sujo de vômito comer sarapatéu sem poesia
o meu deus nasce toda manhã em alguma parte
eu creio em
azar
câncer
morte
morte
20140813
Meu coração
quando rasgo meu peito
não penso em papel
aviões de papel
coração de músculo e massa cinzenta
“o meu coração que não é de papel”20140807
Eleição de Patativa
na campanha eleitoral do vento
a plataforma é o espaço
a promessa é o tempo
o carro de som o silêncio
20140718
Asombra
todo coração é uma célula revolucionária
só a paixão gera o caos
e só a paz gera o amor
a manga mata a fome enquanto quem da a sombra é o pé
eu quero a sua mão e você sempre me da o pé
vivo menina de doce sumo
a sombra do seu pé
20140628
Jogo da Velha
me diga uma palavra e serei salvo
me diga uma palavra e serei alvo
tábua
pra você atravessar do rio para a rua
#vem para a rua
parabólico sem sinal
estrada de terra
osso e caldo
não sou um homem
sou a lembrança de você nua
#vem para a rua
20140520
Comer e beber
se nada vem de graça
nem o pão nem a cachaça
avalie a graça de te ter
pra cachaça
imagine te ter então
pro pão
agora volte
na realidade eu só tomo
e como
avalie a graça de te ter
pra cachaça
imagine te ter então
pro pão
agora volte
na realidade eu só tomo
e como
seu não
20140517
Bahia
dois sois e um radiador furado me fazem pensar na bahia muito mais que os barcos ancorados e as velas que por mais que os ventos soprem parecem jamais serem apagadas
parecem na verdade serem alimentadas pelos sois
e a dama no tabuleiro de xadrez me faz pensar
o que há de errado com sorvetes
barracas e o chat do facebook
recarregar
seguir rumo sertão profundo e encontrar a maior beleza que há
não falo aqui nessa radio difusora de cactos e espinhos
falo de olhos esverdeados e quebrados de pileque de quem não se permite a mesmice das ressacas
estas por si já atiram das primeiras as ultimas pedras do mar ao sertão
e se o samba nasceu lá na bahia o que fazem meus olhos vendo ele no sertão
miragem
coisas transnacionais importadas do oriente enfiadas dentro do rabo do pavão misterioso por espadas mouras
vinte e sete anos
seria melhores se fossem horas
um dia inteiro calado lhe incubando não seria suficiente pra entender de onde vem tanta buniteza e tanto desdém
isso certamente não é obra da bahia
20140310
UM CONTO NêLLA
a sua boca regente entre tímpanos e surdos
ostenta ritmica melodia leve
meu pensamentos para dentro dela
onde há sua língua o que é
e não há como não delirar pensando o que fazer com ela
portanto essa parte releve
olhe somente o que for breve
não se começa uma peça olhando o fim
não sei se é vesguice ou charme ou lêrdesa
pode até ser influência étnica japonesa
minha confusão é muda
mas não muda sua ilha
nem sua piscina azul
nem sua língua
pois não sei se é beleza
nem menos se põe mesa
mas até calada
penso a minha agarrada nela
tão enroscadas quanto molhadas
nem de pé nem de ouvido
de fones
haja o o que houver
milhares de bocas em gritos ou caladas
é música para dois
sem complexidade diminuta ou dissonante
o bom e velho in - out - feijão com arroz
é documento idôneo de fácil comprovação
nunca te dei um beijo de graça
nem nunca cobrei um milhão
mas sou sua canção interminada
que dorme esperando sua boca abrir
para que possa ser cantada
20140128
Das belezas geniais aos males inocentes
clara como a luz do dia
e nem é tão clara a pele como claro o nome
na clarividência se escondem bobagens exotéricas
no seu corpo se vêem magias simétricas
no vácuo do espaço claridade e certeza somem
em todo traçado milhares de mundo via
hoje o traçado é uma reta ou uma curva
e o menino virou homem
20140123
O Futuro
a cor mais bonita é bem cedo
disse o poeta
vassouras para cima não varrem o chão
porto seguro não habita o homem
o sol há de brilhar todo dia
por enquanto chove
e aonde quer que seja a cada minuto um criatura morre
Porto Seguro - BA 03/01/14
Caminha
atravessando veias abertas
bombeando
estacionando em aorta
se espalhando por artérias
caminhando e amando
filtrados pela estrada
eis que músculo
carne e pele agora mais velhos relaxam
são várias paradas cardíacas
nosso peito bate mas não paramos
o amor não para nunca
muito menos acaba
Poema do Esquecimento
com trinta anos pensei tanto em você
que de comer e dormir acabei por esquecer
nunca esqueci de beber
de sede eu não morro
mas de você ainda devo morrer
20140112
Gerais
inconfidências pretas
azuis e amareladas
ouro
prata
esmeralda
sejam escritas ou faladas
somos loucos
vagando pela terra
e gerais amamos minas
pois minas só não amam
os mocos
20140110
Solar
nem sombra de dúvidas abate o sol que seca o rio
em pleno janeiro
e eu esturricado e beradeiro
volto para a serra
verde
planta
pedra
o que eu quero já sei
falta você
20140107
Cozinha Vermelha ou Azul
não sou massa pro macarrão
eu sou a pimenta
ou me bota de pouco
ou ninguém agüenta
nem mesmo na pressão
não sou massa pro feijão
comigo cozinheiro não inventa
não sou massa pra manipulação
20131227
Um Canto para a Sereia
sua verdadeira tu
mil homens levariam mil dias para desvendar
sua beleza óbvia não é apenas um complemento ao todo
mas de partida é o canto das sereias que emana do seu ser
é o que mete medo aos viajantes e lhes da coragem
mas eu herói de epopéias tortas assumo a empreitada
eu herói de epopéias outras quero desvendar tais mistérios
no pó da estrada agarrado a mares e corações
eu o anti herói um zumbi sem quilombos um coqueiro sem palmares
quero em vinte dias o inimaginável
desvendar essa beleza completa por completo
o viajante amarrado ao mastro da embarcação
observando a musa e seu canto
desafiando seu próprio coração
oficinadepoemas.blogspot.com.b r
mil homens levariam mil dias para desvendar
sua beleza óbvia não é apenas um complemento ao todo
mas de partida é o canto das sereias que emana do seu ser
é o que mete medo aos viajantes e lhes da coragem
mas eu herói de epopéias tortas assumo a empreitada
eu herói de epopéias outras quero desvendar tais mistérios
no pó da estrada agarrado a mares e corações
eu o anti herói um zumbi sem quilombos um coqueiro sem palmares
quero em vinte dias o inimaginável
desvendar essa beleza completa por completo
o viajante amarrado ao mastro da embarcação
observando a musa e seu canto
desafiando seu próprio coração
oficinadepoemas.blogspot.com.b
20131213
Porto
que o seu rosto lindo de minha mente não saia
o azul dos teus olhos ana não saia de mim
como do mar a praia
não saia de mim como do rio a margem
seja terra ana e eu água
não se misture mas abrace
seja cataclismo teu corpo me margeando
a mim juntado como uma marca
como porto e navio se depreende
mas nunca se aparta
Russas 13/10/2013
20131121
20131031
Precisa-se de Ocupação
quero alguém que ocupe este coração
tire ele desse marasmo voado
leve-o pra passear na praça
não pode ser careta
ele é movido a pinga
pinto ele de qualquer tinta
meu coração sem catraca
20130902
Quo
vivo num lugar
que eu mesmo não quis
tudo de bom foi feito no alem
e tudo ruim
adivinha
foi eu que fiz
e mais ninguém
20130818
Língua
das orgias em sânscrito
ao romance tórrido em mandarim
que traí com o russo
mas após a esbórnia no latim
me dediquei finalmente ao português
saudade
Assinar:
Postagens (Atom)